Sociedade Clemente Menéres, Limitada

Description level
Fonds Fonds
Reference code
PT/ADPRT/EMP/SCM
Title type
Formal
Date range
1902-12-18 Date is certain to 1974-08-06 Date is certain
Dimension and support
Papel
Extents
418 Maços
382 Livros
10 Capilhas
Biography or history
1. História administrativa da SCM:

_CONSTITUIÇÃO_ A 18 de dezembro de 1902, Clemente Menéres constituiu a “Sociedade Clemente Menéres, Limitada”, à data com sede em Mirandela, sucursal e gerência no Porto, com um capital de 90 contos de reis e um prazo inicial de 99 anos.

Esta sociedade familiar no âmbito da exploração agrícola foi a primeira sociedade de responsabilidade limitada constituída em Portugal. Teve por base a lei publicada a 11 de abril de 1901, que introduziu alterações no Código Comercial, permitindo a constituição de sociedades por quotas de responsabilidade limitada, que estabeleciam um “meio-termo” entre as tradicionais sociedades em nome coletivo (de responsabilidade coletiva dos seus sócios perante o passivo) e as sociedades anónimas (de capital disperso por ações, limitando-se a responsabilidade de cada acionista perante o passivo da empresa ao montante por si investido em ações).

Assim, Clemente Menéres desejando conservar indivisíveis as propriedades que detinha em Trás-os-Montes e nas quais se incluíam cerca de 200 mil pés de sobreiros, registou notarialmente esta sociedade comercial por quotas, associando a si, a sua segunda esposa Antónia Cândida de Araújo Leite, 3 dos seus filhos, Leonor, Alfredo, José e respetivos cônjuges, e o seu neto António Pinto de Oliveira.

Referem os estatutos: “Clemente Joaquim da Fonseca Guimarães Menéres, por si e na qualidade de procurador da sua 2.ª esposa, com uma quota de 88.800$000 reis (98,7% do capital social) realizada em espécie (bens imobiliários sitos nos concelhos de Mirandela, Vila Flor, Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães e Macedo de Cavaleiros, no valor de 76.000$000 reis e devidamente identificados num lista em anexo, e gados, utensílios agrícolas, vasilhames, géneros em depósito e pendentes, fábrica, maquinismos e utensílios, marcas industriais e comerciais e cortiça existente na fábrica, avaliados em 12.800$000 reis); Leonor Menéres Barbosa e marido Joaquim da Silva Barbosa, cada um com uma quota de 200$000 reis realizada em dinheiro; Alfredo da Fonseca Menéres, por si e como procurador da irmã e cunhado, Maria da Glória da Fonseca Menéres Sampaio e marido, cada um com uma quota de 200$000 reis realizada em dinheiro; José da Fonseca Menéres com uma quota de 200$000 reis realizada em dinheiro; António Pinto de Oliveira (filho de Agostinho da Fonseca Menéres e de Maria Carolina Pinto de Oliveira) com uma quota de 200$000 reis realizada em dinheiro.”



_FUNDADORES_ Na escritura de constituição desta sociedade estiveram presentes como outorgantes as seguintes pessoas:

- Clemente Joaquim da Fonseca Menéres, por si e na qualidade de procurador da esposa, Antónia Cândida de Araújo Menéres;

- Leonor Menéres Barbosa e marido;

- Alfredo da Fonseca Menéres, por si e como procurador da irmã e cunhado, Maria da Glória da Fonseca Menéres Sampaio e marido;

- José da Fonseca Menéres;

- António Pinto de Oliveira (neto, filho de Agostinho da Fonseca Menéres).



_PARTICIPAÇÕES EM EVENTOS e PUBLICIDADE_ A “Sociedade Clemente Menéres, Limitada” passou por várias dificuldades ao longo dos anos e teve sempre de se reinventar. Exemplo disso, foi na segunda década do século XX, na qual os negócios foram fortemente agravados pela Guerra Mundial, sendo nessa altura a colheita de cortiça escassa, o que obrigou a compra ao mercado externo para aguentar a Fábrica no Porto. Nessa altura, o filho Agostinho Menéres fez um périplo pelos países nórdicos e Alemanha, na tentativa de encontrar clientes não só para o vinho como para a cortiça. Com o direito ao benefício do vinho do Porto, esta Sociedade passou a vender também vinhos às firmas inglesas sediadas em Gaia, a empresas como a “Croft” e a “Sandeman”.

Clemente Menéres fazia questão em marcar presença em muitas feiras na Europa e na América do Norte e do Sul. A título exemplificativo, referenciamos, o diplomata Venceslau de Morais no seu livro "Cartas do Japão", que com elogios, menciona a sua presença na “Feira de Osaca”, (Osaka) Japão em 1903. Clemente Menéres foi dos poucos portugueses em representação da indústria lusa, apenas acompanhado por outra empresa de Matosinhos, a “Lopes, Coelho Dias & Companhia” (fábrica de conservas alimentícias) e pela “Companhia Vinícola do Porto” (posteriormente designada de “Companhia Vinícola Portuguesa”) que foi representada pelo seu filho José da Fonseca Menéres. No pavilhão português de amostras, para além das latas de conservas, estavam, de um lado, as cortiças e rolhas e, do outro lado, o azeite e vinhos de Clemente Menéres, onde fotografias sobre o fabrico da cortiça e do vinho decoravam o pavilhão envidraçado que, apesar da sua modéstia, mereceu referências elogiosas. Esta presença de Clemente com o respetivo agente no Japão, foi uma tentativa de ultrapassar intermediários, já que a cortiça portuguesa chegava ao Japão via Alemanha, o mesmo acontecendo com as conservas de sardinha via França.

A publicidade na imprensa e a participação em exposições eram também uma preocupação de Clemente Menéres (em todas as empresas que dirigiu). Referenciamos as seguintes: “Exposição de Paris” em 1900; “Exposição Universal de St. Louis” nos Estados Unidos em 1904; “Exposição Permanente de Produtos Portugueses” no Rio de Janeiro em 1906; “Exposição do Rio de Janeiro” em 1908; “Exposição de Toulouse” em 1908 e “Imperial International Exhibitions” de Londres em 1909.



_SCM AO LONGO DOS ANOS: ALGUMAS DATAS_ A componente rural desta Sociedade localizava-se no Romeu: local inicial de fixação, em Vila Verdinho: pólo de exploração de cortiça e Monte Miões: centro do núcleo vinhateiro com casa para lagares e adega.

Nos primeiros anos de 1900 a Fábrica de rolhas de Mirandela era uma empresa moderna e especializada com máquinas e pessoal especializado, mas com algumas dificuldades técnicas na manutenção das máquinas de produção de rolhas, devido à deslocação de técnicos ao local. Estas contrariedades de produção justificavam que a exportação de cortiça desta Sociedade se fizesse para os países europeus em pranchas e que as rolhas circulassem, maioritariamente, no mercado interno e no Brasil.

Em 24 de fevereiro de 1908, o capital social da “Sociedade Clemente Menéres, Limitada” foi aumentado de 100 para 190 contos de reis, sendo esta entrada representada apenas pela integração da propriedade do antigo Convento de Monchique, no valor de 65 contos de reis e por 35 contos de reis de crédito individual que Clemente Menéres tinha sobre a sociedade e proveniente de adiantamentos a ela feitos para as necessidades comerciais e industriais.

Desde então, o Convento de Monchique, para além de funcionar como sucursal da empresa no Porto, era uma fonte de rendimento muito significativa para a empresa com as rendas de diversos inquilinos (dada a sua posição frente ao cais de Monchique no rio Douro e próximo da Alfândega, o que tornava as dependências para arrendar, atrativas a empresas ligadas à exportação, a serviços de tipo aduaneiro e à própria Guarda Fiscal que ali esteve durante largos anos). Outro facto foi ter surgido uma contrariedade na incapacidade da firma “Barbosa & Companhia”, que não conseguia absorver a cortiça produzida em Trás-os-Montes (da fábrica em Mirandela, constantemente apetrechada com maquinaria para calibrar, fazer rolhas, caldeira e outros equipamentos, tendo como gerente substituto (até 1908) José Markl).



Em 1909 a nova unidade da Fábrica de rolhas no Porto adquiriu novos equipamentos e em 1912 receberam novos motores elétricos e máquinas de triturar cortiça. Isso levou a que em 1913 se encerrasse a Fábrica em Mirandela. A “Sociedade Clemente Menéres, Limitada”, procedeu à legalização definitiva desta unidade fabril, em 18 de agosto de 1914, requerendo para isso, na administração do Bairro Oriental do Porto com assinatura de Clemente Menéres, uma licença para o estabelecimento da nova fábrica de cortiça e seus derivados no antigo Convento de Monchique, freguesia de Miragaia, concelho do Porto.

A “Sociedade Clemente Menéres, Limitada” em 1913 obteve também autorização para construir um armazém e cais na estação do Romeu (em terras da Sociedade), para facilitar os despachos da produção transmontana para o Porto e outros destinos. E em 1915 chega ao Romeu o primeiro camião automóvel, sendo este um meio decisivo para a gestão local da empresa no transporte de mercadorias e pessoas, nomeadamente o transporte da cortiça, pois o comboio tinha tarifas elevadas e não possuía vagões adequados ao transporte deste tipo de produtos.



Porém, a 6 de julho de 1918, verificou-se um incêndio na fábrica de rolhas da firma “Barbosa & Companhia”, sediada em Monchique, numa das dependências do antigo Convento. O incêndio foi enorme, tendo ardido toda a fábrica “Barbosa & Companhia” e, ainda mais dois armazéns acabados de reconstruir que tinham sido alvo de outro incêndio algum tempo antes, bem como a ilha contígua que viria a ser conhecida como “Bairro do Ignez” (constituído por 12 casas) e, além disso, ardido o andar superior da casa que foi também moradia da “Sociedade Clemente Menéres, Limitada.”

O Convento de Monchique era um prédio também ocupado pela Guarda Fiscal e por um armazém de madeiras, que foram igualmente severamente atingidos, tendo o mirante deste Convento colapsado.



Em 1919/ 1920 houveram algumas vicissitudes em arranjar trabalhadores para a zona de Trás-os-Montes, recorrendo-se assim a trabalhos sazonais feitos por grupos do Minho, a quem se contratava um trabalho específico.

O ano de 1920 foi particularmente difícil, pois as vinhas do Romeu apanharam uma doença, Inglaterra anulou todas as encomendas de vinhos, venderam-se a maior parte das pilhas de cortiça em fardos, abdicando-se da sua transformação e exportação (declínio da componente industrial), houve greve dos trabalhadores e operários da Fábrica de cortiça, exigindo mais 20% nos salários.

Ao longo dos anos 20, as vendas em Portugal nas zonas de Vila da Feira, S. Paio de Oleiros e Paços Brandão, vão-se tornar praticamente nos únicos compradores da cortiça do Romeu (enquanto a indústria corticeira ali se desenvolve).

Em 1922, as fábricas de transformação e exploração da cortiça despontaram na zona e tiveram de vender cortiça, máquinas, utensílios fabris e algum equipamento industrial, realizando-se posteriormente um inventário de bens.

Entre 1927 e 1931 surge regulamentação sobre os sobreirais (práticas de extração da cortiça, cortes de sobreiros, entre outros). Os organismos encarregados da ação reguladora eram: Junta Nacional da Cortiça, Junta Nacional do Azeite e Casa do Douro.

Em 1932 a gerência declara a “Sociedade Clemente Menéres, Limitada”, uma sociedade exclusivamente agrícola, não sendo portanto uma sociedade comercial (face às exigências fiscais de informação estatística e bases legais).

Em 1937 a SCM instala a eletricidade no Romeu, dispondo de uma central térmica privativa.

Em 1938, José Menéres solicitou ao agrónomo Joaquim Vieira Natividade que viesse ao Romeu e observasse o trabalho que se fazia nos sobreirais, vindo mais tarde a implementar os métodos aconselhados pelo especialista da área.

Nos anos 40 a SCM transforma-se cada vez mais num exemplo de exploração agrária no nordeste transmontano. Mas em 1941 um ciclone arrasou a zona do Romeu arrancando mais de 2700 sobreiros e houve um incêndio no edifício original do Romeu (construído por Clemente Menéres), estando depois as obras de reconstrução acabadas em 1943. A cortiça foi transportada do Romeu para Espinho, onde os compradores adquiriam em pequenas quantidades, a retalho, à medida das necessidades. Em contraponto, o azeite do Romeu tornou-se um produto de valor crescente no mercado, apresentando elevada qualidade. E, em plena 2.ª Guerra Mundial a SCM apresentou lucros. Em 1948 a 1950 houve um ligeiro declínio, devido ao difícil escoamento dos produtos. Ainda nos anos 40, a SCM recorreu a ajuda de técnicos especializados como Brito dos Santos, que percorreram as propriedades para analisar as condições de cultura dos sobreiros, limpeza de matas, poda e sementeira, a sua manutenção e renovação, bem como realizar o levantamento topográfico das propriedades.

Em 1953 foi aprovada uma proposta da constituição de uma reserva contabilística (retirada dos lucros) para a aquisição de terrenos onde existiam sobreiros da SCM (recorde-se que alguns terrenos eram desta Sociedade, outros arrendados).

A 1 de outubro de 1954 (depois do falecimento do anterior gerente José Menéres), foi convocada uma Assembleia Geral extraordinária, onde foram alterados alguns artigos do pacto social inicial. Assim, a sede social foi alterada para o Porto (Calçada de Monchique) e a duração (anteriormente de 99 anos) foi alterada para por tempo indeterminado. Foi também nomeado gerente o anterior subgerente Manuel da Fonseca Araújo Menéres.

Logo nesse ano houve um incêndio nos sobreirais do Tua. No ano seguinte (1955), era a venda da cortiça que mantinha esta Sociedade, já que a vinha e o azeite dão prejuízo.

Em 1956 realizam-se permuta de bens móveis por propriedades, e fazem-se reservas para: as obras de reparação de Monchique, aquisição de terras e amortização de quotas e para a hidráulica agrícola. Em 1957, reservas para: o lagar de azeite, crescimento da verba destinada à distribuição de dividendos e novos investimentos.

O grande objetivo de 1958 era a obra de rega para abastecimento de água nas propriedades, que produziu grandes efeitos na produção. Para isso foi desenvolvido um estudo por um conceituado Departamento de Regas de Lisboa, o “Centro de Culturas Regadas de Alvalade”, que elaborou um projeto pioneiro de rega em monte, que resultou na construção das barragens da Estrangeira e da Fábrica Velha, destinado a melhorar a rede de irrigação e otimizar as estruturas de funcionamento.

Em 1959 houve novamente uma alteração dos estatutos. A administração da SCM e a sua representação foi confiada a 3 gerentes, tendo um deles a designação de gerente-delgado e a seu cargo a gestão direta dos negócios da SCM, mas bastando a assinatura de qualquer deles para a administração.

Em 1961, Manuel Menéres levou a Assembleia Geral uma exposição sobre a criação de novos pomares, alicerçada na sua experiência obtida na Quinta do Convento. Assim nessa altura, a SCM alargou as suas atividades ao campo da pomicultura, apostando na diversificação dos negócios. Esta área só foi equacionável face às novas possibilidades de rega e tendo armazéns frigoríficos (complemento indispensável desta atividade).

Em 1962 houve um aumento de produção de azeite e vinho, a cortiça estava em contínua desvalorização e havia dificuldade de venda, mas ainda assim era uma atividade determinante para a estabilidade económica da SCM e os pomares eram também um produto sujeito a flutuações do comércio em geral e das condições meteorológicas.

Em 1963 foi apresentado em Assembleia Geral a proposta de mais um empréstimo a fazer com a Junta de Colonização Interna com o objetivo de construção e apetrechamento dos armazéns de fruta (com sala de receção, escolha, calibragem e um armazém frigorífico), cujos processos de conservação seguiam os pareceres de Vieira Natividade.

Em 1964, Manuel Menéres cedeu terrenos para a construção de casas de empregados no Romeu e houve a cedência de terrenos para a edificação da “Casa do Povo” de Vila Verdinho.

Na Assembleia Geral de 1964, o associado Octávio Menéres Sampaio propôs um louvor a Manuel Menéres, pela produção e negócios, e pela melhoria das condições de vida das populações.

Os anos de 1964 e 1967, foram anos marcados pela seca e pelas dúvidas sobre os investimentos.

Em Assembleia Geral de 1967 é afirmado o clima de luta pela organização e administração das propriedades e, possivelmente, para a realização de compotas pela fruta dos diversos pomares, fabricadas pela Cooperativa de Macedo de Cavaleiros.

A Assembleia Geral de 1970 autorizou o arrendamento das casas onde está o “Restaurante Maria Rita” no Romeu, qua passou Manuel Menéres pessoalmente a explorar. Este investiu na sua qualificação, transformando-o num pólo de atração turística. O mesmo aconteceu com o “Museu das Curiosidades”, museu evocativo da ação local e pioneira de Clemente Menéres.

A 10 de novembro de 1973, na Assembleia Geral extraordinária foi solicitada a demissão de Manuel Menéres da gerência da SCM por doença.

O gerente que lhe sucedeu foi o seu filho Clemente da Fonseca Araújo Freitas Menéres, que já integrava a gerência anterior. Esteve em funções entre 1973 e 1993.

Atualmente um dos gerentes é João Pedro Menéres, pertencente à quarta geração.

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2. Biografia pessoal/ familiar de Clemente Menéres:

Clemente Joaquim da Fonseca Guimarães Menéres (1843-1916) nasceu no lugar de Cruz, concelho de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, a 19 de novembro de 1843 e faleceu a 27 de abril de 1916 em Vila Nova de Gaia (na sua Quinta da Avenida), estando sepultado no cemitério de Agramonte, freguesia de Massarelos, concelho e distrito do Porto.

Era filho de Manuel Joaquim de Faria e de Ana Margarida Rosa. Neto paterno de Manuel Francisco dos Reis e Maria Josefa de Faria, e neto materno de José Ferreira Dias e de Ana Rosa. Foi batizado sete dias depois de nascer (1843-11-26). Frequentou em Vila da Feira as aulas do mestre régio local.

Clemente Menéres era filho de pais lavradores e industriais, que para além de cultivarem os terrenos agrícolas de que eram proprietários, possuíam uma serralharia. Iniciou a sua atividade profissional desde muito cedo nessa oficina da família, que empregava cerca de 40 operários, começando a sua aprendizagem logo após ter terminado a instrução primária. A serralharia dos pais era especializada em fechaduras e vendia a maioria da sua produção para a cidade do Porto, seguindo outra parte o caminho da exportação para o Brasil.

Quando contactado por um tio emigrante no Rio de Janeiro que pretendia regressar a Portugal e passar o negócio a dois sobrinhos, viaja para o Brasil em 1859. Assim, aos 15 anos embarca para esse destino no barco “Olinda”, onde chegou no dia 15 de agosto de 1859 (41 dias depois). No entanto, quando lá chegou, o armazém já se encontrava em liquidação, devido a conflitos do seu tio com o outro sobrinho. Nessa altura, arranjou ocupação nos trabalhos agrícolas da “chácara” do seu tio no Catumbi, durante cerca de 1 ano, até à liquidação final desse estabelecimento em meados de 1860.

(O seu “tio brasileiro” estabelecido no Rio de Janeiro, chamava-se Luís António Ferreira Guimarães da Cruz. Nasceu em Vila da Feira a 8 de junho de 1816 e era casado com Leonor Maria Guimarães, tendo ambos 2 filhos. Viria a falecer na freguesia de Cedofeita, concelho do Porto a 19 de agosto de 1891.)

A 18 de agosto de 1860, Clemente Menéres casou-se com a sua prima Maria da Glória Guimarães da Cruz, cumprindo-se assim outro hábito arreigado dos comerciantes portugueses ali residentes: chamar os sobrinhos com o objetivo de lhes passar a loja de comércio e casá-los com as suas filhas, canalizando os filhos (do sexo masculino) para outras atividades.

O seu sogro ofereceu-lhe emprego na sua propriedade agrícola, mas Clemente Menéres procurou a sua independência económica, arranjando emprego como caixeiro num armazém da família Serpa Pinto (propriedade de outro emigrante do Porto ali estabelecido), tendo desde logo demonstrado as suas capacidades para os negócios.

Quatro anos depois de ter ido para o Brasil, em 1863, regressou a Portugal com o tio e sua família, estabelecendo-se no Porto, na Rua da Torrinha, crente na promessa de ajuda financeira do sogro para cá se estabelecer. Tal facto não aconteceu, o que leva Clemente a afastar-se do tio/ sogro por desavenças relacionadas com dinheiros, mas facilitou-lhe o adiantamento da herança que a sua filha iria receber.

Clemente procurou então emprego tentando capitalizar o “saber-fazer” adquirido como caixeiro no Rio de Janeiro, colocando um anúncio no jornal como “indivíduo sabedor de escripturação por partidas dobradas”, conseguindo de imediato um emprego.

Em 1867, com o dinheiro da herança da sua mulher, e por ação do seu pai, arranja um sócio capitalista, João Joaquim Paes (de Vila da Feira mas residente no Porto), e 3 contos de reis para montar um negócio. Assim, tentando começar uma nova vida, fez sociedade com um capitalista, que entra praticamente com todo o capital e Clemente Menéres com o trabalho. [ver descrição da empresa “Paes & Menéres” e outras firmas subsequentes no fundo arquivístico relacionado PT/ADPRT/PSS/CM].

Desde a constituição da sua primeira empresa que Clemente passou a usar o apelido "Menéres", com o intuito de se afastar do sobrenome Guimarães e por considerar tratar-se de um apelido diferenciador para as relações comerciais, acabando assim por ficar por estes dois nomes comummente conhecido e inclusivé assinando como tal.



» História Familiar: casamentos de Clemente Menéres e filhos [com respetivos matrimónios]

Casamentos:

- Maria da Glória Guimarães da Cruz (1836-06-28 – 1893-05-23) – 1ª esposa (casamento no Brasil [Rio de Janeiro ?] em 1860-08-18).

- Antónia Cândida de Araújo Leite Menéres (1865 – [?]) – 2ª esposa (casamento em Vila Nova de Gaia em 1896-08-13).



Filhos de Clemente e Maria da Glória (10 filhos):

- Manuel Clemente da Fonseca Menéres (1861-07-19 – 1863-05-30);

- Leonor da Fonseca Menéres (1864-08-07 – 1938-12-31), casou primeiro com António Maria de Araújo Leite do qual teve 2 filhos; casou depois em 1885 com Joaquim da Silva Barbosa);

- Alfredo da Fonseca Menéres (1868-11-29 – 1917-07-17), casou com Joaquina da Rocha Nogueira Pinto (1868-07-09 – [?]) da qual não teve filhos.

- José Clemente da Fonseca Menéres (1868-11-29 – 1869-[?]);

- Agostinho da Fonseca Menéres (1869-07-19 – 1926-10-29), casou com Maria Carolina Pinto de Oliveira (1870-04-05 – [?]) e tiveram 3 filhos;

- Ana da Fonseca Menéres (1871-02-18 – 1894-06-22), casou com Manuel de Castro Júnior e tiveram 2 filhos;

- Joaquim da Fonseca Menéres (1872-02-28 – 1873);

- Maria da Glória da Fonseca Menéres (1873-09-15 – 1946-04-25), casou com [?] Sampaio;

- António da Fonseca Menéres (1874-12-27 – 1876-03-31);

- José da Fonseca Menéres (1876-01-01 – 1954-07-14), filho mais novo do primeiro casamento (faleceu solteiro).



Filhos de Clemente e Antónia (2 filhos):

- Clemente da Fonseca Araújo Menéres (1897-05-18 – 1917-01-02);

- Manuel da Fonseca Araújo Menéres (1898-04-26 – 1974-03-24).
Geographic name
Porto e Romeu / Trás-os-Montes
Legal status
A comunicabilidade dos documentos está sujeita ao regime geral dos arquivos e do património arquivístico (Decreto-Lei n.º 16/93, de 23 de Janeiro).
Functions, ocupations and activities
No início do seu percurso de vida, Clemente Menéres percorreu a Europa Central e de Leste e o Médio Oriente à procura de mercados. Fez parte de várias sociedades, foi comerciante, produtor e exportador, tendo passado por várias conjunturas de diferente feição, umas mais e outras menos favoráveis aos seus negócios.

Ocupou vários edifícios, conforme o volume de negócios e a necessidade ou não de expansão o ditavam, mas foi nas instalações do antigo Convento de Monchique, ainda hoje na posse da família, que manteve a maior parte dos negócios, embora, em finais do séc. XIX, transferisse alguns desses negócios para Matosinhos, para um complexo industrial construído de raiz para o efeito.

Fundou imensas sociedades para exportar produtos portugueses, nomeadamente vinhos, azeite, cortiça e conservas. Criou a primeira fábrica conserveira e a primeira fábrica de rolhas em Portugal.

Clemente Menéres participou em muitas feiras na Europa e na América do Norte e do Sul e fazia publicidade das suas empresas na imprensa, assim como a participação em exposições era uma preocupação sua.

Este empresário notabilizou-se também como um grande exportador de vinhos, percorrendo vários mercados externos para colocar os seus produtos.

[ver descrição mais detalhada das várias empresas na “História Administrativa” do fundo arquivístico PT/ADPRT/PSS/CM].

Durante alguns anos dirigiu a Associação Comercial do Porto (que era sócio), fez parte dos corpos gerentes da Associação Industrial Portuense (1891/ 1892), sócio da Real Associação Central da Agricultura Portuguesa e de várias instituições de instrução e beneficência nesta cidade. A Câmara Municipal do Porto deu o seu nome à rua a norte do Jardim do Carregal, junto ao Hospital Geral de Santo António.



Clemente Menéres deixou uma grande herança que, embora tivesse alguns capitais dispersos sob a forma de ações ou quotas nalgumas empresas, de terrenos e de várias casas de morada, era na sua maior parte constituída pela participação que detinha na “Sociedade Clemente Menéres, Limitada” que se centralizou em Trás-os-Montes. No seu testamento, deixou 1500$00 em papéis de crédito para rendimento com a finalidade de serem distribuídas esmolas a pobres da freguesia de Miragaia, Porto (onde está localizada a SCM no antigo Convento de Monchique), e aos de Vila da Feira (sua terra natal); assim como deixou 6 contos em rendimento para os pobres das 49 freguesias por onde (à data da sua morte) se espalhavam as suas propriedades de Trás-os-Montes; doou ainda 1 conto para a “Ordem de S. Francisco no Porto”, e 4 contos para o “Hospital de Mirandela”. Todas estas doações foram realizadas pela “Sociedade Clemente Menéres, Limitada”.



Clemente Menéres foi assim um grande empresário da segunda metade do séc. XIX. Teve negócios bem diversificados entre si, fundando imensas sociedades para exportar produtos portugueses, nomeadamente vinhos, conservas e cortiça, ficando por isso conhecido como comerciante, industrial e um dos maiores exploradores agrícolas portugueses a nível de sobreirais no norte de Portugal.



A “Sociedade Clemente Menéres, Limitada” atravessou épocas marcantes da História como as duas grandes guerras mundiais, os tempos da implantação da República Portuguesa, da revolução de abril de 1974 e da integração europeia de Portugal. Agora, atua no palco global, com destaque para os continentes europeu, americano e asiático, com produtos cuja qualidade tem vindo a ser reconhecida.

Depois do falecimento de Clemente Menéres, sucederam-lhe os filhos, netos e bisnetos, sendo todos os sócios descendentes diretos do fundador.



_Informação dos filhos sócios mais ativos nas empresas / negócios com o pai Clemente Menéres_



Alfredo da Fonseca Menéres – Nasceu no Porto em 1868 e faleceu em Lisboa no ano de 1917. Está sepultado em Carvalhais, concelho de Mirandela.

Em 1884, fez o curso de Regente Agrícola na Quinta Regional de Sintra, tendo sido aluno do célebre Ferreira Lapa. Depois do curso radicou-se em Trás-os-Montes, como gestor das suas propriedades, mas também sendo responsável pela racionalização agrícola da “Sociedade Clemente Menéres, Limitada”, foi a “alma” dos processos de cultivo e de aproveitamento (exemplo: aproveitar algumas azeitonas para a indústria de conservas), um dos seus dinamizadores e defensor de novas atitudes de cultivo.

Casou com Joaquina da Rocha Nogueira Pinto, nascida a 9 de julho de 1868, da qual não teve filhos.

No ano de 1888, Alfredo fez parte da empresa “Clemente Menéres & Filhos” com seu pai e seu irmão Agostinho.

Em 1898, construiu em Carvalhais o edifício escolar e o cemitério paroquial.

A partir de 1903 passou a viver na avenida da Boavista no Porto. Nesta cidade, foi vereador da Câmara Municipal do Porto, integrou a direção da União dos Industriais do Norte, era o sócio n.º 800 da Associação Comercial do Porto (da qual fez parte da direção), e da Associação Industrial Portuense, chegando entre 1898 e 1899 a ser presidente.

Foi ainda agraciado com a “Grã Cruz de Mérito Industrial” e em 1907 recebeu “carta de conselho”. Foi elevado a “Conde de Carvalhais”, título que recusou.

Em 1910 construiu em Carvalhais a “Vila Joaquina” (homenageando a esposa), que era uma quinta de oliveiras e outras qualidades de frutas, onde produzia vinha, utilizada para apuramento do vinho moscatel, e outras experiências na área vinícola, ensaiando a produção de uvas passas (com a contratação de um técnico de Málaga) e a produção de mostos sem álcool (à maneira dos produzidos na Califórnia).



Agostinho da Fonseca Menéres – Nasce em 1869 e falece em 1926. Casou com Maria Carolina Pinto de Oliveira e tiveram 3 filhos em Leça da Palmeira.

Entre 1903 e 1908 foi gerente da empresa “Gomes, Menéres & Companhia Limitada – Fábrica de conservas “A Varina”, em Ovar.

Era o sócio n.º 912 da Associação Comercial do Porto.



José da Fonseca Menéres – Nasceu em 1876 e faleceu em 1954. Tinha a sua vida organizada em torno dos negócios urbanos no Porto, tendo sido gerente durante muitos anos da “Companhia Vinícola Portuguesa” (criada por si e pelos outros irmãos a partir da “Menéres & Companhia”). Estabeleceu depois residência em Vila Nova de Gaia, construindo uma habitação junto à do pai na Quinta da Avenida.

Foi também presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.

Em 1930 recebeu a Comenda de Mérito Agrícola pelo trabalho desenvolvido no Romeu.

Na “Sociedade Clemente Menéres, Limitada”, durante a sua gerência (entre 1916 e 1954) pretendeu dar continuidade ao funcionamento das estruturas criadas, consolidando as práticas de exploração da terra e a comercialização dos seus produtos, ampliando os terrenos por aquisição de novas propriedades adjacentes às da SCM, assim como resolução de escassez de água no Romeu, fazendo diversos furos artesianos.



Manuel da Fonseca Araújo Menéres – ver descrição sobre a “Quinta do Romeu”, Restaurante “Maria Rita” e “Museu das Curiosidades”.
Internal structure/genealogy
ORGANIZAÇÃO INTERNA



Sede - freguesia do Romeu, concelho de Mirandela (distrito de Bragança) de 1902 a 1954 e Porto desde 1954.

Escritório / Sucursal - Vila Nova de Gaia de 1902 a 1908 e Porto desde 1908, sito Calçada de Monchique, n.º 5, 4050-393 Porto, Portugal.



Estatutariamente esta sociedade era representada e administrada por um gerente (sócio ou não) por um mandato de 3 anos, podendo haver reeleição. O gerente seria retribuído com a percentagem de 10% dos lucros líquidos anuais.

Eram atribuições do gerente: deliberar sobre todas as transações da sociedade; regular os serviços; assinar correspondência, promissórias, letras, recibos e outros documentos; outorgar e assinar contratos, pelos quais a sociedade tome de arrendamento ou por compra quaisquer bens; assinar quaisquer outros contratos, intervindo porém, deliberação da Assembleia Geral para os que importem alienação ou hipoteca de bens imobiliários ou aquisição de bens desta espécie por preço superior a um conto de reis; nomear e demitir empregados e agentes; fixar-lhes a retribuição; ordenar pagamentos; dirigir a contabilidade; apresentar balanços, inventários, relatórios e fazer as propostas anuais de dividendo e fundo de reserva.

A intervenção do Conselho Fiscal era regida segundo a lei de 11 de abril de 1901.

De acordo com estes estatutos, o ano social tem início a 1 de julho e termo a 30 de junho do ano seguinte. A Assembleia Geral ordinária anual era realizada no primeiro dia útil de agosto (independentemente de convocação), podendo haver lugar a Assembleias Gerais extraordinárias.

Assim, de 3 em 3 anos eram eleitos: um presidente (que poderia ser o gerente ou o seu substituto) e um secretário da Assembleia Geral.

À data de escritura de constituição e estatutos, só esta sociedade poderia adquirir sobreiros e propriedades no distrito de Bragança, não os sócios em nome individual.

Ao longo dos anos, verificou-se que todos os sócios desta sociedade são descendentes diretos do fundador.



Desde a fundação (1902) até 1908, a gerência desta sociedade foi assegurada por Clemente Menéres através da Quinta da Avenida em Vila Nova de Gaia (Rua de Camões), onde morava a família, passando a partir de 1908 para o antigo Convento de Monchique no Porto. Após a sua morte em 1916 foi gerente desta Sociedade o seu filho José da Fonseca Menéres entre 1916 e 1954, sendo a partir de 1926 acompanhado na gerência também pelo seu irmão Manuel da Fonseca Araújo Menéres (que estava em Mirandela), e posteriormente só este, entre 1954 e 1973 (através do Porto).

Entre 1902 e 1954 a sede da SCM foi em Mirandela e a partir de 1954 passou para o Porto, no antigo Convento de Monchique. De notar que aquando da constituição da mesma (1902-12-18), não foi constituída nesse dia nenhuma sucursal no Porto, mas os escritórios funcionaram entre 1902 e 1908 em Vila Nova de Gaia, sendo posteriormente transferidos para o Porto (conforme referido anteriormente).

Assim, a gerência era feita pelos escritórios em Gaia e depois Porto e em Mirandela (até 1954) por um gerente substituto.

Estas alterações de local de gerência, sucederam-se também devido ao antigo Convento estar anteriormente ocupado pela firma “Menéres & Companhia” e pela “Barbosa & Companhia (de um genro), sendo posteriormente, arrendado a vários inquilinos; assim como, ser só a partir dessa data que o antigo Convento passa a integrar esta Sociedade. [ver descrição mais detalhada em: SCM ao longo dos anos]



_Alguns bens existentes em inventário_

» FORRAGENS (feno) - palheiros do Romeu, palheiros de Sendas;

» CORTIÇAS - firma corticeiro, Fonseca, Nunes & Co. Lda., cortiça, cortiça papel, Screch Lda, cortiça virgem e cortiça mansa, rolhas;

» AZEITE - no Romeu;

» VINHOS- vinho ligeiro, vinho de consumo em casa, vinhos engarrafados, no armazém da Escolha Velha, no armazém da Estação, em Monte Miões, cozinha do Romeu;

» CEREAIS - nas Tulhas - cevada, aveia, centeio, Casa do Forno - farinha, em Sendas;

» VINHAS

» POMARES

» Batatas e outras plantações



» ARMAZÉNS, CASAS, etc.:

- Armazém n.º 3;

- Armazém n.º 4;

- Armazém n.º 5;

- Casa do Sr. Ribeiro;

- Armazém da Escola antiga;

- Casa das Tulhas;

- Armazém da Estação;

- Monte Miões;

- Armazém da Escola nova;

- Armazém de Amador, Lda.;

- (Manuel Eugénio e Herdeiros, Lda.; Marmelos; Codeçais; Cachão);

- Casa das Tintas;

- Casa do Forno;

- Casa Apícola;

- Armazém N.º 10;

- Casa da Gasolina;

- Cocheira;

- Garagem;

- Lagar de azeite;

- Armazém n.º 32;

- Casa do Chauffeur;

- Casa da carne;

- Cabanal dos carpinteiros;

- Serralharia;

- Casa da Forja;

- Casa da Cal;

- Armazém do escritório;

- Casa do Alfredo;

- Escritório Novo;

- Cavalariça;

- Aidos dos Bois;

- Casa dos Lavradores;

- Casa do forno dos empregados;

- Cabanal da Eira;

- Antigo escritório;

- Casa de brunir;

- Adega em frente ao escritório;

- Casa do gasómetro do Chalet;

- Casa do gasómetro;

- Casa do petróleo;

- Cozinha do Chalet;

- Lameiras;

- Casa do Olival das Vinhas;

- Vila Verdinho;

- Por Bem;

- Monte Miões;

- Salão;

- Chalet;

- Casa da ferramenta;

- Cabanal;

- Casa do alambique;

- Casa da Calda;

- Casa da Cisterna;

- Lagares;

- Casa do Pessoal;

- Casa do Vale de Lagar;

- Chalet do Romeu;

em SENDAS:

- Casa da ferramenta;

- Casa do Forno;

- Cavalariças;

- Cabanal;

- Casinha n.º 1;

- Casinha n.º 2;

- Casinha n.º 3;

- Chalet;

em MARMELOS;

no PORTO.



Gados:

- Casa dos porcos;

- Cavalariça;

- Casa dos bois;

em MONTE MIÕES: vacas

em SENDAS: vacas, burros, vitelos

- Casa das Tulhas;



- Lanigero;



Apicultura:

- Colmeias;

- Casa Apícola;



- Armazém da Rua de sobre o Douro n.º 1;

- Fábrica Barbosa & Co. Lda.;

- Fábrica de Cortiças de Mirandela;

- Armazém da prensa;

- Remington;

- Gabinete do Gerente;

- Arquivo.



- Fábrica de rolhas e aparas.
Custodial history
Documentação proveniente da "Sociedade Clemente Menéres, Limitada" ainda em atividade com sede na Calçada de Monchique, n.º 5 - Porto.

Com o intuito de salvaguardar, preservar e tornar acessível a memória da primeira sociedade de responsabilidade limitada constituída em Portugal, os gerentes desta sociedade familiar celebraram um contrato de depósito com o ADP.
Acquisition information
Depósito efetuado pela empresa no dia 2 de agosto de 2018.
Scope and content
Esta Sociedade aquando da sua constituição tinha como objetivos: explorar de forma agrícola na província de Trás-os-Montes, bens rústicos, próprios ou arrendados, para a produção de vinho, azeite e cortiça e, acessoriamente, cereais, madeiras, mel e outros produtos agrícolas, bem como manufaturar e vender os produtos dessa exploração agrícola. Atualmente, esta empresa familiar de âmbito agrícola ainda se mantém fiel aos seus propósitos, assegurando a verticalização dos seus negócios e a agricultura biológica certificada.



Contém documentação administrativa e financeira produzida e acumulada no decurso da atividade diária desta empresa até 1974.
Arrangement
Classificação orgânico-funcional e ordenação cronológica
Conditions governing use
Reprodução sujeita a restrições atendendo ao número, tipo de documentos, estado de conservação ou o fim a que se destina.
Language of the material
Por (português), spa (espanhol), fre (francês), eng (inglês), ger (alemão), hun (húngaro)
Physical characteristics and technical requirements
Documentação em razoável estado de conservação.
Other finding aid
DigitArq: base de dados de descrição arquivística.
Related material
- Relação de complementaridade: Fundo PT/ADPRT/PSS/CM



- Relação completiva:

Constituição da Sociedade Clemente Menéres, Limitada

PT/ADPRT/NOT/CNPRT07/001/0778/00943 – Fls. 38v a 51 (1902)

https://pesquisa.adporto.arquivos.pt/details?id=761601



Capital e quotas sociais da Sociedade Clemente Menéres, Limitada

PT/ADPRT/NOT/CNPRT07/001/0810/01287 – Fls. 5v a 7 (1908)

PT/ADPRT/NOT/CNPRT07/001/0810 - Fls. 7v e 8 (1908)

http://pesquisa.adporto.arquivos.pt/details?id=768905



Registo de Baptismo de Clemente Menéres

PT/ADAVR/PVFR06/1/14, imagens 155 e 156 (1843)

https://digitarq.adavr.arquivos.pt/details?id=1255424
Notes
Intervenção de conservação e restauro entre 2018 e 2019.
Creation date
28/01/2019 12:00:42
Last modification
09/01/2024 12:53:21